Na última década, o número de médicos cresceu 21,3%, índice
superior ao aumento da população no mesmo período, que foi 12,3%. A
categoria já soma 371.788 profissionais em atividade e coloca o Brasil
como o quinto país em número absoluto de médicos, segundo a pesquisa
Demografia Médica
no Brasil, encomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e o
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
Divulgada nessa quarta-feira (30), a pesquisa reitera que não há falta de médicos,
mas que eles estão distribuídos de forma desigual entre as regiões. O
Sudeste e o Sul continuam a concentrar a maioria – com duas vezes mais
médicos que as outras regiões. Os motivos são a maior oferta de emprego,
de rede de hospitais, de escolas e a melhor qualidade de vida, o que
acaba atraindo mais profissionais.
Os pesquisadores calculam 1,95 médico para cada mil brasileiros. O Distrito Federal lidera o ranking com
4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (3,57),
por São Paulo (2,58) e pelo Rio Grande do Sul (2,31) – taxas comparadas
às de países europeus. Na outra ponta, estão o Amapá, Pará e Maranhão
com menos de um médico por mil habitantes.
“Não há falta
generalizada de médicos no país. São as desigualdades de distribuição
que conduzem a focos de escassez em determinados municípios, regiões,
redes de serviços de saúde”, disse Mário Scheffer, coordenador do
levantamento e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa atribui o aumento de médicos ao boom das
faculdades de medicina nos últimos anos. De acordo com os dados
levantados, 77 escolas médicas foram criadas de 2000 a 2010, o
equivalente a 42,5% das escolas abertas em dois séculos no Brasil. Das
77 novas faculdades, as turmas não concluíram o curso em 25 delas.
Estima-se 16,8 mil novos profissionais a cada ano.
Os dados
reforçam as críticas das entidades médicas em relação à posição do
governo sobre a abertura de cursos de medicina. “Um médico malformado é
um problema no SUS [Sistema Único de Saúde], que vai durar 40 anos. Não é
mais uma solução”, disse Desiré Callegari, primeiro secretário do CFM.
No
último dia 18, o Ministério da Educação anunciou o corte de 514 vagas
de medicina em cursos com desempenho insatisfatório. No entanto, a
pasta, junto com o Ministério da Saúde, prepara um plano para ampliar a
oferta de vagas de medicina, por determinação da presidenta Dilma
Rousseff.
“O ministério tem preocupação com a qualidade das
escolas. Nós, junto com o MEC [Ministério da Educação], fecharemos as
vagas de escolas de baixa qualidade, mas abriremos novas vagas que
garantam qualidade nas regiões que precisam”, explicou Alexandre
Padilha, ministro da Saúde.
Em relação à distribuição dos
profissionais, Padilha disse que a pasta tem adotado medidas para fixar
os médicos no interior e nas periferias das capitais, entre elas,
descontos na dívida do financiamento estudantil para os recém-formados
que trabalharem na rede pública de áreas pobres e com deficiência de
médicos.
Fonte:
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/12/01/numero-de-medicos-no-brasil-cresce-213-em-uma-decada/
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